A apraxia é um distúrbio motor da fala que dificulta o ato de falar, podendo tornar muito difícil o aprendizado de sons e palavras.

Para que uma pessoa possa falar, mensagens do cérebro devem chegar até os músculos dos lábios e língua, para ordenar os movimentos corretos. Quando uma criança tem AFI, as mensagens não chegam de forma adequada. A criança pode não conseguir mover os lábios ou a língua de maneira correta, mesmo sem ter fraqueza desses músculos.

Às vezes a criança pode até não conseguir dizer muitas palavras. Porém uma criança com AFI sabe o que quer dizer. O problema não está em como a criança pensa, mas em como o cérebro pede para os músculos da boca se moverem.

Uma criança com AFI não aprenderá os sons numa ordem típica e não fará progresso sem tratamento. Com muita terapia fonoaudiológica, a fala da criança pode melhorar significativamente!

Como desconfiar da apraxia da fala na infância (AFI)?

Nem todas as crianças são iguais. Seu filho pode mostrar alguns ou todos os sinais abaixo. Não é esperado que após aos três anos seu filho com frequência:

• Pronuncie as mesmas palavras de formas diferentes;
• Tenda a pronunciar a sílaba mais forte (tônica) no local incorreto da palavra;
• Distorça ou modifique os sons;
• Diga palavras curtas mais claramente que as longas;
• Omita sílabas, especialmente no começo das palavras;
• Tenha dificuldades com movimentos orais não verbais como movimentar a língua para cima, para os lados, soprar e fazer bico.

A criança com AFI pode ainda ter outros problemas como:

• Dificuldade com habilidades motoras finas;
• Atraso de linguagem;
• Problemas com a leitura, escrita e soletrar.

Caso seu filho tenha um ou mais dos sinais acima, peça para seu pediatra encaminha-lo para um profissional capacitado, como neuropediatra. A avaliação conjunta com o fonoaudiólogo é parte fundamental do diagnóstico. 

Quais são as causas da apraxia da fala na infância (AFI)?

Na maioria dos pacientes, a causa é desconhecida. Em alguns pacientes, lesões cerebrais podem causar a AFI. A alteração pode ser causada por tumor cerebral, acidente vascular encefálico, trauma cranioencefálico. Pode também estar associada a transtornos do neurodesenvolvimento (como o autismo e transtorno do desenvolvimento da linguagem) e síndromes genéticas como Síndrome de Down.

Como será a avaliação desses casos de apraxia da fala na infância (AFI)?

O neuropediatra irá avaliar todo o desenvolvimento da criança, descartando outros motivos que possam afetar a linguagem, ou ocorrer que em associação a AFI.

Uma avaliação da audição faz parte do processo. Outros exames podem ser necessários, dependendo do caso.

A avaliação fonoaudiológica irá observar as habilidades motoras orais do seu filho, a entonação (melodia das palavras) e como ele diz palavras diferentes.

Para testar como a criança diz as palavras, o fonoaudiólogo irá:

• Avaliar como seu filho diz os sons das palavras isolados e combinados em diferentes palavras;
• Checar como os outros entendem o que seu filho fala.

Qual o tratamento para apraxia da fala na infância (AFI)?

Seu filho deverá realizar terapia com fonoaudiólogo, em frequência determinada por ele, geralmente de 2-5 vezes por semana, podendo reduzir a frequência depois.

Quais os objetivos do tratamento da apraxia da fala na infância (AFI)?

O objetivo é ajudar seu filho a dizer os sons e palavras de modo mais claro. Para isso, ele irá aprender:

• Planejar os movimentos necessários a articulação dos sons;
• Realizar esses movimentos da forma certa e no momento certo.

Algumas técnicas incluem táticas como

Dica  sensorial, como por o dedo nos lábios ao dizer o som de ‘p’, para lembrar de fechar os lábios;

Dica visual, com o olhar no espelho ao produzir os sons;

Dica auditiva, como praticar os sons com um gravador e ouvir para verificar se as palavras foram pronunciadas corretamente.

Se meu filho tem muita dificuldade de falar, como ajudá-lo a se comunicar enquanto ele faz a terapia?

Para ajudá-lo, podem ser utilizadas técnicas como cartões e computadores para auxiliar na expressão. Alguns pais temem que o uso de métodos de comunicação alternativa possa deixar seus filhos ‘preguiçosos’ para falar, mas já tem estudos mostrando que isso não acontece.

O tratamento é prolongado e seu filho irá precisar do seu apoio e aceitação. Quando ele estiver cansado, é importante respeitar, e tentar sempre tornar a pratica o mais divertida possível.

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